segunda-feira, 2 de maio de 2011

Relacionamentos 2


Se duas pessoas não são iguais nos relacionamentos entre elas, imagine entre três pessoas então como é diferente.
Mesmo que duas pessoas tenham a mesma formação acadêmica, não têm a mesma formação familiar mesmo que fossem gêmeos uni vitelinos porque são dois seres.
Mas não temos como não escapar a comparação de relacionamentos.
Dois profissionais médicos têm cada um sua forma de conversar com seus clientes, deixando neles mais segurança, otimismo, e amor.
Um tem o relacionamento eminentemente profissional onde não explica a seu cliente nada além do mínimo necessário para o entendimento deste de sua doença. Este leva segurança somente por se saber de sua competência e nada mais. A frieza de seu relacionamento gera insegurança e medo.
Outro demonstra ao seu cliente toda a atenção com explicações que fazem com que o cliente e seus familiares se sintam seguros embora as informações sejam aquelas que ninguém quer saber.
O tratamento da doença não pode ser encarado como a cura dos sintomas simplesmente.
A doença leva a uma fragilidade não só física, mas principalmente emocional do cliente e da família como um todo.
Não podemos pensar em tratar a doença somente no seu aspecto patológico de sintomas frios: dor, febre, edema, impotência funcional e tantos outros sintomas. Temos que pensar no mais importante em uma pessoa na sua situação de ser humano fragilizado, carente e que necessita de um colo do profissional que o trata.
Devemos pensar um pouco mais além da simples cura do quadro clinico da doença, pensar com o coração, agir com o coração, e falar ao coração do cliente e da família.
Ao longo de meus 30 anos de formado médico apreendi que a grande doença das pessoas, lógico além da física, é a doença do espírito da carência de relacionamentos.
Muitos clientes necessitam de um bom dia, de um sorriso de recepção, de como o senhor(a) está?
Mas nós na nossa pressa de atender mais, de cumprir a agenda, de errar menos, vamos direto a que exames o senhor(a) trouxe, e ouvimos poucas palavras e vamos a solicitação interminável de exames de complementação diagnóstica para nos protegermos dos possíveis erros.
Cada vez solicitamos exames mais complexos, que encarecem os custos na complementação diagnóstica, e nos afastam do dialogo com o cliente onde muitas coisas poderiam ser descobertas e ser mais bem avaliado sem a necessidade de tão complexos exames.
Quem sabe se apreendemos com o segundo modelo de relacionamento médico comentado no qual o profissional pode até não ser o mais competente, o mais sábio, mas com toda a certeza será o mais querido pelo cliente, pela família, admirado e amado, afinal já temos tantos motivos para as pessoas não gostarem de nós porque não sermos mais simpáticos e queridos de nosso cliente que se encontra tão fragilizado.