Há muitas formas e motivos de relacionamentos nos dias de hoje.
Desde os mais superficiais até os mais profundos começados em um bar, em uma sala de bate papo na internet.
Há o relacionamento de pai e filho, marido-mulher, entre irmãos, colegas de aula, de rua, de atividade física, há amigos de minutos que deixam lembranças eternas e de amigos que se foram e a gente nem lembra mais com o passar do tempo.
Mas não são destes relacionamentos que quero escrever, quero comentar um outro relacionamento o profissional, que pode ser entre profissionais da mesma área e entre o cliente e o profissional.
É deste último que quero comentar.
Quando um cliente vai em busca de um médico chega fragilizado e com a nítida sensação de que somente ele tem uma doença gravíssima e que o médico tem o poder de resolvê-la com uma conversa ou alguns comprimidos.
Na realidade o relacionamento com o médico começa na infância quando a mãe diz ao filho: - Vou contar pro teu pai, ou – Vou te levar no médico e ele vai te dar uma injeção pra tu parar quieto.
Ai como pensa que esta pessoa chega a frente do médico?
Temos que entender que as coisas ditas na infância são para a vida eterna, amamos nos pais porque fomos educados que eles seriam, e são, as melhores pessoas que teremos ao longo de nossos dias, mas o médico é o cruel que embora cure a doença a faz de uma maneira traumática.
Quando a criança chora do consultório médico a mãe, que normalmente acompanha a criança, diz o que? – Ele não vai te fazer nada de mal ele é bonzinho.
Mas que bonzinho é este que quer que a criança faça uma série de coisas que ela não está a fim de fazer: Abre a boca, coloca a língua para fora, respira fundo, etc e muitos etc e tal.
Ai na idade adulta ele vai ao médico cheio de angustia, de duvidas e pensando que o médico tem todo o tempo do mundo só para ele.
Infelizmente a realidade do médico não é essa.
Nos dias de hoje o médico por uma questão financeira necessita ter vários locais de trabalho com uma carga horária sempre muito além do aceitável, para receber um valor próximo do que ele sonha como justo por seu trabalho.
São horas seguidas de plantões nos mais diversos serviços médicos onde nem sempre tem as melhores condições de repouso, de alimentação e de condição de trabalho.
Neste momento começam os problemas o médico com uma fila de clientes para atender e como ter tempo para ouvir todas as histórias do cliente, muitas delas importantes no diagnóstico, mas que pelo tempo nem sempre é possível assimila-las ou se quer ouvi-las.
Outra vez volta a pergunta: De quem é a culpa?
Se o médico da a atenção devida a um cliente falta a outro, logo quem esta esperando pelo atendimento fica mais ansioso ainda para a sua consulta e ao começar já vem com mais um problema para resolver.
Portanto o que nos falta é tempo para podermos nos relacionar com o mínimo de respeito conosco mesmo e com nossos clientes.
Precisamos pensar que só temos esta oportunidade de viver e portanto procurar vivê-la intensamente o dia de hoje que é o dia mais importante de nossas vidas.