domingo, 16 de outubro de 2011

Dia do médico

Dia 18 de outubro é dia de São Lucas e neste dia se comemora o dia do médico, que tem em São Lucas o seu padroeiro.
         Mas o médico Lucas e depois São Lucas, está muito longe da nossa realidade atual, não pela técnica, não pelos avanços nas comunicações, mas na relação do profissional e da população assistida.
         Não concordo com o médico endeusado, poderoso, que cura e salva, mas com o médico humano que escuta, vê, examina, conversa e se necessário solicita exames de complementação diagnóstica, com uma hipótese de resultado.
         Também podemos pensar no dia do médico como a relação médico e o seu empregador.
         Afinal a verdade é que todo nosso cliente é nosso patrão. Quer seja ele de um convenio, particular ou de uma empresa a qual prestamos serviços.
         E os valores como são calculados para a nossa remuneração?
         Há um cliente particular temos um valor determinado por nós dentro de uma realidade de onde estamos vivendo, da qualidade de nossos serviços.
         Mas dos convênios significa receber o que eles, querem nos pagar. É pegar ou largar, porque sempre terá alguém disposto a receber aquele valor que julgamos indigno para o trabalho que devemos executar. E é ai que começa o problema da remuneração médica junto aos planos de saúde, quer sejam eles públicos ou privados.
         Toda vez que um colega assume o posto de outro que o abandonou, sem saber os reais motivos para tal configura-se ai mais um caso de falta de ética, que resultará na maioria das vezes em remuneração baixa.
         Ao empregador público ou privado o objetivo dele é de ver o maior número de clientes atendidos no menor espaço de tempo possível, fazendo com que profissional para receber um valor próximo ao que ele julga justo tenha que atender um número muito grande de clientes.
Então até o dia em que chega a imprensa e publica que determinado médico tem um contrato para atender durante tantas horas e não estava no local de trabalho durante o referido período. Normalmente esta situação ocorre quando o empregador é uma instituição pública, ocorrendo o que eu chamo de “brincam de pagar e o médico brinca de trabalhar”. Se o médico antes de assinar o contrato realmente tivesse consciência do número de horas de trabalho com o correspondente número de pacientes por hora, chegaria a conclusão de que o valor não era justo e não deveria aceitar. E outro colega não devia também aceitar, quem sabe ai não conseguíamos o valor justo.
E as condições de trabalho então? O que comemorar?
Ver corredores lotados de macas, salas de espera lotada de pessoas que vem de longe, que acordaram de madrugada para uma consulta médica, ai expor seus problemas e o médico solicitar um exame de complementação diagnóstica que dependerá da vontade de alguém na outra ponta autorizar a sua execução e ai tudo de novo para retornar e mostra-lo ao médico.
Então tem o segundo ponto, porque ainda está tão longe a informatização na saúde? Exames digitalizados, disponíveis na internet, sem o custo de impressão ou mesmo o esquecimento dos exames pelo paciente em casa, quanto reduziria o custo final de um exame, evitaria a repetição de exames tão comum hoje.
Então nos falta ainda muita ação para podermos comemorar um dia do médico, de verdade, com respeito do profissional em todos os sentidos.

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